terça-feira, 19 de janeiro de 2010

SOBRE O AMOR

As pessoas que mais amamos são capazes de nos ferir profundamente.

As pessoas que mais amamos podem nos trair, magoar, decepcionar e partir nossos corações.

As pessoas que mais amamos destroem nossos sonhos mais preciosos.

As pessoas que mais amamos aniquilam nossas mais pueris ilusões e destroçam nossas mais preciosas expectativas.

O mais estranho em todas as minhas historias de amor é que amei tanto algumas pessoas, que cometi o terrível erro de me esquecer de que eram, são e serão humanas e que não tinham, têm ou terão de corresponder a todos os meus planos míticos de Amor.

Pessoas erram e isso é inevitável.

Pessoas têm suas carências, sombras, traumas, mas também são geniais, gentis, atraentes, empolgantes, irresistíveis e INDISPENSAVEIS.

Na minha jornada amorosa também ratifico a cada dia quão surpreendentes também são os indivíduos. Como não devo cristalizar a totalidade de um ser tão somente por seus equívocos ou por seus acertos. O mesmo ente que me apunhalou quando frustrou todas as minhas projeções, abraçou-me chorando quando consegui um dos maiores êxitos da minha existência; o mesmo ser a quem idealizei sendo o mais perfeito dos mortais, mostrou-se como um dos mais doentes e lesados pelas próprias escolhas.

Pessoas também acertam e isso também é inevitável.

Haverá sempre uma possibilidade de construirmos algo novo e até um mundo melhor se nos focarmos verdadeiramente no Amor. Somos mestres no ato de nos fazermos de vitimas quando somos brutalmente sacaneados, mas tão míopes quando deveríamos nos olhar no espelho e admitirmos que também sacaneamos brutalmente o outro.

O perdão é a dádiva mais libertadora que existe. Enquanto formos gente, jamais deixaremos de errar e se nos arvorarmos do direito imbecil de odiarmos a todos os que não correspondem ao nosso modelo mítico amoroso, terminaremos inexoravelmente sós num quarto escuro e fétido.

Amemo-nos. É a única forma de sobrevivermos.

Deixemos ir quem não nos ama e nos causam mais dores do que prazeres.

Fiquemos juntos dos que morrem de amor por nós, mesmo que alguma vez essas pessoas tenham nos feito odiá-las amargamente, só pelo fato de não terem sido tão maravilhosas como ousamos esperar que o fossem.

2 comentários:

  1. Contundente.
    Eu mencionaria ainda aquelas a quem confiamos nossos maiores segredos, medos e fraquezas e que insitem em nos julgar e expor.

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  2. Esse é um tipo demasiadamente escroto que merece certamente nossos requintes de vingança. (risos) Te amo.

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