quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

METAMORFOSE

E eu com essa eterna mania de querer “ler” tudo, de querer ler todos os sinais e tirar deles lições para a minha vida, não pude deixar de notar algo mui interessante que aconteceu comigo em 29 de janeiro de 2010.

Cheguei ao fundo da minha casa no fim de tarde para recolher as roupas do varal e percebi que meus gatos em polvorosa, focando sua atenção num comboio de lagartas. Eram doze e uma vinha atrás da outra, seguindo rumo a minha casa. Nesse momento, meu amigo Marcos também chegou e ficamos observando o fenômeno. Disse-me que elas estavam buscando um lugar seguro para se tornarem casulos, que minha casa as atraia por alguma razão, mas que seria melhor as devolvermos ao mato, pois poderiam infestar meu “lar doce lar” e ainda chamarem outras para concretizarem a colonização. Desarmonizamos a estrutura do comboio, e pusemos as rastejantes no limoeiro. Dei-me por satisfeito.

Marcos se foi, recolhi as roupas e fui dar conta de outra tarefa, quando de repente, me flagrei elaborando: lagartas se transformam em borboletas. Por que escolheram exatamente minha casa para vivenciarem a metamorfose? Eu as afastei da “minha casa” do “meu eu”... O que em mim rasteja, quer voar e eu estou impedindo? Meu sucesso? Meu desenvolvimento pessoal? Minha liderança?

Voltei a casa após a conclusão do afazer e das elaborações em que me envolvi e qual não foi minha grata surpresa ao ver que todas aquelas criaturas que eu havia banido estavam retornando trazendo mais outras tantas!

Sorri comigo e constatei que não mais deveria ser um agente contrario ao fluxo da vida, ao ritmo da natureza. Permiti que minhas amigas se hospedassem em minha habitação pelo tempo que quisessem. Permiti que aqueles símbolos do processo transformador se alojassem em meu eu e cumprissem seu inevitável destino. Aceitei a mudança.

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