09/03.
Mal raia o dia, o povo já começa a formar fila para comprar as entradas. Os ciganos começam a atender no horário combinado. A coisa vira notícia e se espalha por internet, rádio, televisão e outros. Muitas pessoas começam a se mobilizar para procurarem os ciganos e o número delas aumenta tanto que Daniel pensa numa opção e propõe aos ciganos na hora do almoço:
- Vejam se concordam comigo: poderemos nos desmembrar e cada um atenderá um cliente, em vez de todos atendermos ao mesmo tempo uma só pessoa. Isso nos permitirá ajudar um maior número de pessoas num menor espaço de tempo. Estaremos conectados uns com os outros e penso que será proveitoso.
- Concordo, meu garoto – diz Zenaide.
Os demais também.
10/03.
Outros ciganos, visionários, curandeiros, xamãs, bruxas e curadores de várias linhas, começam a chegar e oferecem seus serviços à Grande Tenda Mística. Antonio cria um sistema de fichas que especifiquem as necessidades de cada consulente, a fim de que ele seja devidamente encaminhado e o tamanho da fila não pára de crescer.
11/03.
Pensadores, filósofos, sociólogos, antropólogos, etnólogos, intelectuais, escritores, artistas, professores, profissionais liberais, médicos, psicólogos, médiuns e pessoas de várias religiões e correntes de pensamento chegam também ao local e com a anuência dos ciganos, começam a ministrar palestras e tratamentos e formas de ajuda às pessoas.
12/03.
Algumas autoridades começam a se preocupar com o crescimento do movimento, considerando-o uma forma de ameaça ao poder público, já que todas as atenções haviam se voltado para a “tal tenda”. Tentam boicotar o processo, espalhando boletins anônimos, denunciando o projeto como iniciativa de charlatões e enganadores. O povo da cidade e de outros lugares pega a maioria dos boletins e queima em frente à prefeitura.
Diego está felicíssimo com tudo que está acontecendo e às vezes chora, quando pensa que a data da partida dos ciganos está próxima e ele nada pode fazer para impedir que seu filho amado se vá. O jeito é aproveitar os últimos dias, tornando as coisas mais prazerosas e leves.
No final dos atendimentos, os ciganos têm uma grande surpresa ao serem procurados pelos amigos de Cachoeira, Kátia e Flávio, no refeitório da Grande Tenda Mística
- Que prazer em vê-los! – Diz Pedro ao recebe-los – Mas o que os trazem aqui?
- Saudade – responde Flávio – e o cumprimento de uma promessa.
- Hum! Já sei que promessa é essa – fala Sofia abraçando aos dois – mas antes quero lhes apresentar o sétimo cigano, Daniel.
O ciganinho os saúda com alegria e os deixa apaixonados por si.
- Dona Ernestina e Miro mandam lembranças para todos – fala Kátia.
Flávio se aproxima de Antonio. Ambos dão um afetuoso abraço e aquele lhe entrega um pacote:
- Aqui está meu pagamento, irmão, valeu a força! Sem você, sem vocês, eu nem mais estaria aqui nem teria conhecido o grande amor da minha vida – Flávio abraça Kátia.
- Você vai prosperar tanto, irmão – fala Antonio – que nem vai se reconhecer.
- Que Santa Sara te ouça!
13/03.
- Daniel! – Diz Rosita esbaforida - Fanáticos religiosos estão fazendo protestos e manifestações na porta do circo, considerando o movimento como arte demoníaca.
Ele, os ciganos e alguns amigos chegam à frente do circo e veem a concentração dos manifestantes.
- E aí, Shalom? – Questiona Daniel – O que nos sugere?
- Podemos criar uma psicosfera tão amorosa que o teor da agitação perderá toda a força e não haverá efeito contrário algum contra nosso movimento.
- Brilhante, irmão! Vamos fazer isso.
Os ciganos e os outros voltam para o interior do circo, dão-se as mãos e se concentram no sentido de evocarem a supremacia do amor a fim de acalmarem os ânimos dos fanáticos.
Paulatinamente, eles vão esmorecendo até deixarem o local e uns até decidem ficar para serem atendidos.
Seu Aruanda !
ResponderExcluirEssa ciganada me instiga.
Saudades e Saudações sempre.
BjãaaaaaaaoooooooZaaaaaaaaaaaaoooooooooooooo
Catita
Vixe! Coisa boa te rever por aqui, Cigana! Beijaço!
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