sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Meu Mestre de Sírius

Em meus estudos aprendi que os felinos são seres oriundos de Sirius. Daí sua sacralidade e elegância. Nos desenhos e pinturas do Egito Antigo, eles sempre estão em evidência; Ramsés, o grande faraó, tinha um Leão de estimação; todo Bruxo ou Bruxa que se preze há de ter um ou mais bichanos, e por ai vai...

Eu vivo com gatos. Numa postagem antiga, relatei nossa experiência com a passagem de nossa amada Bárbara. Hoje quero falar de mais um que chegou para aumentar a família: Oxalá 

Antes de Bárbara desencarnar, mourejava por aqui este gato branco e peludo, com olhos apertados, remelentos, comportamento hostil e beligerante. Ele só se aproximava da minha casa quando queria comida e evitava o toque e a relação comigo, com minha companheira e com nossa família. Com os outros gatos então o relacionamento era desastroso e eu passei a enxotá-lo com água para proteger minhas crias. Alguns dias após a passagem de "Barbinha", o gato branco passou a se fazer mais presente e descobrimos que tinha um problema na visão. Arrependi-me por tê-lo tratado com grosseria e comecei a ser legal com a figura. Percebi que era um menino doce e assustado, que só estava carente e sua violência era apenas uma reação ante a nossa rejeição e a dos saltimbancos que já viviam conosco.

Eu o chamei de Oxalá e a comunidade o acolheu. Passei a alimentá-lo amiúde e ele se rendeu aos meus carinhos. Vermifuguei-o, mas por ele ser um gato fértil, continuava aterrorizando meus machos castrados. Eu e Maci decidimos cuidar dos seus olhos e castrá-lo. Levamo-lo à veterinária Suzana e após a consulta, a cirurgia, que correu bem, e a aplicação dos farmacos, ele melhorou um pouco. Dei um bom banho no novo integrante da família, sequei-o e escovei seus pelos. Deixei-o livre, por amá-lo, e ele decidiu ficar conosco.

O problema na visão consiste no seguinte: as pálpebras dele ficam dentro dos olhos. A doença não tem cura porque elas vão ferindo o globo ocular e a tendência inexorável é a cegueira, mas o queremos assim mesmo e cuidaremos dele até quando ele quiser.

O que acho mais bacana nisso tudo é que continuamos sentidos com a partida de Bárbara, mas foi muito bom ocuparmo-nos de outro ser vivo que precisava de nosso apoio. A tristeza diminuiu. A alegria voltou ao meu lar. O Amor realmente cura e quanto mais amarmos a nós mesmos, aos seres e ao planeta, mas nos curaremos e auxiliaremos nos processos alheios. Oxalá hoje é mais um filho querido. Ele chega quando quer e parte quando deseja, todavia sempre está presente porque sabe que é muito bem-vindo e acolhido.

Ele me ensina a ser melhor.

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